MO405 - Atas das Aulas
 

Ata de Aula:     27/11/2002

Capítulo:  8.5 Gráficos Aleatórios e 8.6 Autovalores de Grafos
Redator: Cibele Brunetto 012107
 

Tópicos Discutidos mais importantes:

 

8.5 Gráficos Aleatórios

 

8.5.1. Pontos de Fusão

 

Imagine a representação de um sólido por um grafo que é o produto cartesiano de Pl, Pm, Pn. Cada vértice representa uma molécula e cada aresta é uma ligação química entre moléculas. Quando a temperatura aumenta, algumas ligações são quebradas. Assumimos que as ligações se quebram aleatoriamente, conforme a temperatura vai subindo. Cada temperatura corresponde a um nível de ligações quebradas. Enquanto o grafo permanece amplamente conexo, o material é sólido.

Existe um limite para o número de ligações a serem quebradas tal que quase todo modo de quebrar algumas poucas ligações deixa a componente (do grafo) gigante e quase todo modo de quebrar mais ligações deixa as componentes pequenas. Abaixo da temperatura limite o material irá quase certamente ser um sólido e, acima da temperatura limite o material quase certamente não será um sólido.

 

8.5.3. Espaço ou modelo de probabilidade

Um espaço de probabilidade (ou modelo de probabilidade) discreto é um conjunto finito S com pesos não negativos nos elementos, que somam 1. Um evento é um subconjunto de S. A probabilidade P(A) de um evento A é a soma dos pesos dos elementos de A. Dois eventos A e B são independentes se a probabilidade da intersecção de A com B for igual ao produto da probabilidade de A pela probabilidade de B.

 

8.5.6. Variáveis aleatórias

Uma variável aleatória é uma função que atribui um número real a cada elemento de um espaço de probabilidade (notação: X = k consiste de todos os elementos onde a variável X tem valor k).

 

A esperança E(X) de uma variável aleatória X é a média dos valores de X ponderada pelos pesos dos elementos do espaço.

Notação: Somatória em k { k.P(X=k) }

 

Exemplo de variável aleatória (Meidanis):

-         espaço de probabilidade: probabilidade de cada aluno bater o carro

-         variável aleatória: custo do carro de cada aluno

A esperança E(X) = custo de cada carro * probabilidade de bater o carro, significa o quanto se "espera" gastar com um acidente em carro da classe.

 

8.5.7 Propriedade de linearidade

Se X e o conjunto finito {Xi} são variáveis aleatórias no mesmo espaço e X = Somatória { Xi }, então E(X) = Somatória { E(Xi) } e também E(cX)= cE(X) para toda constante real c.

A esperança é uma função linear.

 

Variável indicadora: todo elemento do espaço assume um valor em {0,1}. A esperança desa variável indicadora é a probabilidade de que ela seja igual a 1.

 

8.5.3. Modelo A: Dados n e p = p(n), gerar grafos com conjunto de vértices [n], deixando que cada par seja uma aresta com probabilidade p, independentemente. Cada grafo com m arestas tem a seguinte probabilidade:

 

 

 

 

Exemplo para Modelo A: Desenhar grafos aleatórios de 3 vértices, seguindo o modelo A.

 

p = p(n) = p(3) = 0,1 (esse valor de 0,1 foi a probabilidade escolhida pela turma para ser a probabilidade da existência de cada aresta em um grafo de 3 vértices)

 

 

Figura 1.

 

(Meidanis) O que acontece se mudarmos a probabilidade p(n) = ½?

A probabilidade de ocorrer cada um desses 8 grafos será igual, ou seja, 0,125.

 

8.5.14. Modelo B: A probabilidade de um grafo com conjunto de vértices [n] e m arestas é igual a:

 

 

(Meidanis) Esse modelo quer que todos os grafos com um mesmo número de arestas tenham a mesma probabilidade de ocorrer.

 

Exemplo para o Modelo B:

(Usando os mesmos grafos da Figura 1)

Fixamos o número de vértices n = 3

Seja m o número de arestas:

 

 

8.5.19. Propriedade monotônica: é uma propriedade de grafos que é preservada ao se adicionar arestas ao grafo.

Função limiar de probabilidade para uma propriedade monotônica Q é uma função t(n) tal que quando p(n)/t(n) -> zero quase nenhum grafo satisfaz Q, e quando p(n)/t(n) -> infinito quase todo grafo satisfaz Q.

(Meidanis): é o valor (limiar) da probabilidade em função de n tal que, abaixo daquele limiar, quase nenhum grafo tem tal propriedade e, acima daquele limiar, quase todo grafo tem tal propriedade.

 

Evolução dos Grafos

O que acontece (quais propriedades valem) nas seguintes funções limiares:

 

1) p = 1/n^(k/(k-1))

Propriedade monotônica: aparecem árvores de k vértices e não há ciclos.

Abaixo dessa probabilidade, não existem árvores com k vértices. Acima dessa probabilidade, existem árvores com k vértices.

 

2) p = 0.9/n

Grafos têm várias componentes com poucas arestas (no máximo log n) e cada componente tem no máximo 1 ciclo.

 

3) p = 1/n

Grafos têm várias componentes e quase todas têm ciclos e tamanho da maior componente é n^2/3.

 

4) p = 1.1/n

O número de vértices fora da “componente gigante” se torna o(n) e começam a aparecer alguns ciclos com 3 cordas cruzadas e os grafos não são planares.

 

5) p = 0.9*(ln n)/n

Grafos não são conexos, têm vértices isolados e componente gigante.

 

6) p = 1.1*(ln n)/n

Grafos são conexos, não têm vértices isolados e provavelmente têm ciclos hamiltonianos.

 

7) p = (ln n)^2/n

Os grafos não são mais esparsos (têm um grande número de arestas).

 

Testar isomorfismo em grafos aleatórios

É possível testar isomorfismo em grafos aleatórios e o algoritmo para isso é quadrático.

 

Em linhas gerais, o algoritmo seria:

  1. Pegar 2 grafos aleatórios
  2. Criar ordem canônica para esses grafos (ordena vértices pelos graus)
  3. Compara matrizes de adjacência dos grafos
  4. Se as matrizes dos grafos forem iguais, então eles são isomorfos.

 

Como calcular chi’ em grafos aleatórios

·        chi’(G) = DELTA(G) (onde DELTA(G) é o grau máximo)

 

8.6 Autovalores de Grafos

 

8.6.39. Teorema da Amizade: Se G é um grafo no qual quaisquer 2 vértices têm exatamente um vizinho em comum, então G tem um vértice adjacente a todos os outros.

 

Este teorema diz que em qualquer festa na qual todo par de pessoas têm exatamente 1 conhecido em comum, então existe 1 pessoa que conhece todo mundo. O grafo resultante da relação de conhecidos consiste em alguns triângulos compartilhando 1 vértice.